Crítica de Karl Marx ao capitalismo

Crítica de Karl Marx ao capitalismo

A crítica de Marx ao sistema capitalista

O capitalismo, segundo Marx, se configurou plenamente a partir do século XVIII (apesar da sua origem ser anterior), quando ocorre a Revolução Industrial. Iniciada na Inglaterra, dali se propagou para outros países. Sua essência era a busca do capital, pelo qual a burguesia-a classe social dominante- concentra o poder.Nessa busca, esse sistema econômico não vê nenhum impedimento político, moral ou ético para expropriar o trabalhador de todos os seus atributos humanos. Marx afirma que no processo de produção capitalista, o homem se aliena, tornando-se mera peça de engrenagem produtiva. Ele não é mais dono dos seus instrumentos de trabalho, o ritmo de produção não é imposto por ele e tampouco domina o processo produtivo, ou seja, a divisão do trabalho. A principal conseqüência desse processo é que o trabalhador não se reconhece no produto que fez, e assim perde a sua identidade enquanto sujeito.

A alienação do produto do trabalho conduz à alienação do homem. As relações interpessoais em geral passam a ser medidas pelas mercadorias e pelo dinheiro, até os próprios proletários adquirem caráter de mercadoria, pelo fato de sua força de trabalho ser comercializada no mercado. O trabalhador torna-se um ser privado de sua essência humana.

Entretanto, ao contrário de uma visão fatalista da história, em que essa situação se repetiria ininterruptamente, Marx faz uso do materialismo dialético para demonstrar como se daria a ruptura da ordem capitalista. O trabalhador, mesmo vivendo individualmente essa dominação, enquanto integrante de uma classe social, poderia tomar consciência dessa situação de opressão. A partir daí, se mobilizaria enquanto classe para promover a sua verdadeira libertação, através de uma revolução. Portanto, era da própria situação de exploração que nasceria a força de classe operária.

Para além da alienação econômica, há também a alienação religiosa. Influenciado por Feuerbach, Marx afirma que é preciso destruir a religião para que o homem se recupere a si próprio, pois o único Deus do homem é o próprio homem. A alienação religiosa faz com que o ser humano deixe de lutar pela melhoria da sua condição social, acreditando estar em deus a justificativa para a desigualdade do mundo capitalista. Asssim sendo, é Deus quem decide quem é pobre ou rico, esvaziando de sentido a luta contra a desigualdade.


Marx mencionou ainda a alienação filosófica, que se expressa na forma de encarar a filosofia como contemplação da realidade, que o filósofo designa por metafísica.Mas, para ele, a principal tarefa de toda e qualquer pessoa e, portanto, também dos filósofos, é transformar o mundo de forma a pôr fim á alienação social e política, ou seja, agir para erradicar a submissão da classe operária pelo Estado burguês.

Marx considera essa a principal das tarefas do movimento socialista, para se atingir o comunismo;


{...} Comunismo com superação positiva da propriedade privada, enquanto auto-alienação do homem, ou seja, como apropriação real da essência humana por meio de e para o homem. Por isso, considera-o como regresso-perfeito, consciente e dentro da riqueza total do desenvolvimento atual - do homem par si mesmo enquanto homem social vale dizer, humano. O comunismo é a verdadeira dissolução do antagonismo entre o homem e a natureza e entre o homem e o homem. A verdadeira solução do do conflito entre liberdade e necessidade. Ele é o enigma decifrado da história, a verdadeira realização da essência do homem.


A própria sociedade capitalista criaria as condições para a sua autodestruição e o surgimento da sociedade comunista, que se caracteriza pela abolição da propriedade privada; pela igualdade, com a abolição das classes; pela justiça, pois a sociedade exigirá de cada indivíduo um esforço proporcional às suas forças e o retribuirá de acordo com s suas necessidades. A partir desse momento histórico, o processo dialético continuará infinitamente, mas a luta de casses: terá continuidade na luta do ser humano contra a natureza.


Outro aspecto relevante do pensamento de Marx é o conceito de ideologia. Dentro da visão marxista, a matéria é um dado primário que alimenta a consciência e esta últim é considerada apenas um dado secundário, pois é reflexo da matéria. Assim, as idéias que são expressas na arte, na filosofia, na literatura e na moral estão estritamente relacionadas ao modo de produção econômico. No entanto, Marx afirmou a existência de uma certa inversão na apreensão desse processo, ou seja, o que muitas vezes se afirma é que são as idéias e valores que contribuem para que as pessoas definam uma certa visão do mundo.Desse pressuposto decorre a afirmação do filósofo de que a ideologia é uma falsa consciência do mundo. Revelar a ideologia burguesa era equivalente a desvendar toda a lógica sobre o mundo burguês e, portanto, contribuir para a revolução proletária.

Resumo:

Critica de Marx ao sistema capitalista

A teoria da mais-valia de Marx resolve o mistério de como o trabalho é explorado na sociedade capitalista. Vamos resumir todo o processo em frases curtas:

- O sistema capitalista se ocupa de artigos para a venda, ou mercadorias;
- O valor de uma mercadoria é determinado pelo tempo de trabalho socialmente necessário encerrado na sua produção;
- O trabalhador não possui os meios de produção ( terra, ferramentas, fábricas,etc.);
- Para viver, ele tem de vender a única mercadoria de que é dono, sua força de trabalho;
- O valor de sua força de trabalho, como o de qualquer mercadoria, é o total necessário à sua reprodução - no caso, a soma necessária para mantê-lo vivo;
- Os salários que lhe são pagos, portanto, serão iguais apenas ao que é necessário à sua manutenção;
- Mas esse total que recebe, o trabalhador pode produzir em parte de seu dia de trabalho;
- Isso significa que apenas parte do tempo estará trabalhando para si. O resto do tempo estará trabalhando para o patrão;
- A diferença entre o que o trabalhador recebe de salário e o valor da mercadoria que produz é a mais-valia;
- A mais-valia fica com o empregador, o dono dos meios de produção. É a fonte do lucro, juros, renda das classes que são donas;
- A mais-valia é a medida de exploração do trabalho no sistema capitalista.